2023-01-25 | Percursos
João Álvaro Rocha, um nome indissociável da obra arquitetónica da Maia!
Através das suas diversas obras é possível traçar um percurso que permite apreciar edifícios únicos, de uma criatividade e utilidade impares.
Descubra connosco as linhas e volumes com que João Álvaro Rocha moldou o horizonte da Maia!
Com atelier na Maia, João Álvaro Rocha venceu mais de 20 prémios ao longo da sua carreira e tinha como meta alcançar um “gesto de urbanidade”.
O Empreendimento Municipal do Outeiro e o Empreendimento Municipal da Bajouca, três estações de Metro, além do envolvimento no projeto do Parque Urbano de Moutidos, são apenas alguns exemplos de projetos aos quais o seu nome está diretamente ligado. Mas há mais e a nossa sugestão é que descubra tudo através de um roteiro que preparámos para si.
Vamos a isso?
Para começar nada melhor que o local do seu antigo atelier! É aqui que nasce o edifício do Centro de Documentação e Interpretação Urbana, onde também está a sede dos escritórios João Álvaro Rocha - Arquitetos, S. A., na Rua Prof. Carolina de Freitas Soares Carvalho. É no Centro que pode encontrar o espólio, a produção do arquiteto e mais de mil livros e revistas da área, fomentado a discussão sobre a Arquitetura na Maia.
Não muito longe daqui, na Rua da Quinta das Flores, irá encontrar o segundo ponto de interesse: o Empreendimento Municipal do Outeiro. Um projeto que data do ano 2000, pensado e projetada para se relacionar com o edifício da Central Telefónica.
Assim se justifica a adoção do mesmo material, com vista à regularização e identidade do edificado. A austeridade e economia de meios do desenho resulta numa imagem unitária e coesa.
Para o próximo local, desça até ao Santuário de Nossa Senhora do Bom Despacho e siga pela Av. Engº António Bragança Fernandes até à nova Sede da Lúcio’s, Edifício de Escritórios. A forma do edifício é o resultado dos alinhamentos possíveis e da vontade de o proteger da estrada movimentada e ruidosa que se localiza a poente. É um volume compacto, denso, desenhado pela continuidade das suas superfícies de modo a eliminar a existência de qualquer “frente” ou lado mais importante.
Na mesma zona encontra a Loja Comercial PADIMAT, outro local com a assinatura de João Álvaro Rocha! A visão era de que a loja (de materiais de construção) deveria ser vista como um espaço de um museu ou galeria, com o protagonismo assente nos objetos. O espaço ficou mais aberto, mais permeável à luz natural e ao olhar.
Próxima paragem: Vila Nova da Telha.
Seguindo por Moreira, junto ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, vai encontrar o Empreendimento Municipal da Aldeia. Um projeto com uma abordagem que recusa o protagonismo, procurando uma regularidade e simplicidade que se traduz na forma como os edifícios estão agrupados, de modo a configurarem o seu espaço exterior (pátios).
Uma simplicidade aparente, que encobre na perfeição a complexidade de que é feita. Há mais um complexo habitacional que precisa conhecer já a seguir, mas antes, faça uma pausa!
A descoberta de locais com história tem o dom especial de abrir o apetite, mas estando num território onde a gastronomia é um dos seus atrativos, não terá dificuldade em encontrar AQUI locais com uma oferta diversificada. Bom apetite.
De volta ao percurso, seguimos até Gemunde, onde se encontra o Empreendimento Municipal da Bajouca, o mais recente dos três com a assinatura do arquiteto. Data de 2002, encontramos um edificado que cresce em linha, no sentido longitudinal do terreno.
Substitui um dos socalcos, mantendo as características da topografia existente e explorando diversos pontos de vista sobre a paisagem. O exemplo perfeito de como incorporar a vivência urbana, mantendo a relação com a paisagem natural.
Agora seguimos para a Quinta da Gruta!
A Quinta da Gruta envolveu um enorme projeto desenvolvido entre 1998 e 2008. O resultado é aquele que está à vista de todos, que envolveu as zonas ajardinadas, a renovação do Palacete, o Plano Pormenor e, por fim, a Escola Ambiental.
A adaptação e a ampliação do espaço físico da Quinta da Gruta, foi realizado com o intuito deste se assumir como espaço de lazer e educação, promovendo a consciência ambiental dos cidadãos e o acréscimo da sua participação na vida urbana.
A renovação do Palacete, traduziu-se numa reconversão, na qual foi necessário realizar uma série de ações, de forma a apagar outras intervenções que não tinha relação entre si. Foi assim necessário recuar até à origem para reencontrar os fundamentos e assim estabelecer uma sequência lógica e com memória, que lhe confere contemporaneidade e ligação entre passado e presente.
Partimos agora em direção à Cidade da Maia, à procura das Casas no Lugar da Várzea. Foi num terreno estreito e comprido, com duas frentes e destinado a três casas num loteamento prévio, que João Álvaro Rocha procurou a ideia de unidade no desenho de duas casas, para duas famílias diferentes, protagonizando tal diferença no cruzamento de linguagens arquitetónicas.
A Casa no Lugar da Várzea III completa o loteamento iniciado com a I e II. A ideia passou por elaborar um projeto idêntico às duas anteriores. A oportunidade reside efetivamente na possibilidade de reinterpretar a ideia original do conjunto que é a base da criação da intervenção inicial.
Preparou um lanche para recarregar as energias? Então seguimos para Águas Santas, mais precisamente para o Parque Urbano de Moutidos!
Aqui percebe que há a definição da fronteira entre o que é construção recente, pequenas áreas urbanizadas e terrenos de uso agrícola. A intervenção de João Álvaro Rocha incidiu nesta passagem, com uma área construída e a diluição em espaços verdes, num total de 4 hectares de intervenção!
De regresso ao centro da Maia, fechamos o roteiro em dois locais diferentes: a Estação de Metro do Parque Maia e o edifício de escritórios Maia Trade Center.
No primeiro, mais do que uma estação, encontramos uma ponte, como João Álvaro Rocha destacava. Uma ponte que faz a fronteira entre a Maia urbana e a rural. O Maia Trade Center apresenta uma imagem idêntica e em sintonia com os edifícios envolventes, procurando uma simplicidade e clareza de leitura que seja capaz de proporcionar a neutralidade que era desejável para esta parte da cidade.
Esta é a Maia pelas mãos de João Álvaro Rocha! Uma lição de arquitetura ao vivo e a cores, que nos demonstra como esta faz parte do território de uma forma tão natural quanto o seu crescimento.
Visite-nos e descubra estes e outros locais igualmente recheados de história e beleza.
“Na Maia, sorria para a vida!"