“(...) A Arquitetura é a vontade de uma época concebida em termos espaciais.
Nem o passado, nem o futuro, só o dia de hoje se pode fixar.
Só assim a arquitetura se pode realizar.
Criar a forma com a essência do problema e os meios de nossa época, essa é a nossa tarefa”.
O terreno onde se implanta este conjunto habitacional situa-se no interior de um loteamento de baixa densidade localizado numa área próxima do centro da cidade.
Esta condição de interioridade confirma a insipiência de uma malha urbana que manifesta evidentes dificuldades de articulação, onde é inequívoca a ausência de qualquer estratégia de desenho urbano.
Tal situação define bem a complexidade que o projeto tem que enfrentar e tentar resolver já que a “localização” e a imagem do edifício só podem, neste caso, resultar do compromisso que é necessário estabelecer entre a escala que se propõe e a escala que caracteriza a envolvente próxima, sem prejuízo dos espaços de uso coletivo que necessariamente deverá ter a capacidade de gerar.
O edifício implanta-se no lado oposto à entrada no interior do loteamento de modo a diretamente se relacionar com o edifício da Central Telefónica aí existente, contribuindo assim para a “regularização” dos limites interiores do terreno.
A adoção do mesmo material (tijolo face à vista) utilizado nesse edifício não representa mais do que um esforço de aproximação, enquanto expressão dessa vontade de “regularização” e também como forma de com ele estabelecer uma identidade.
A austeridade, a economia de meios e o rigor que caracterizam o desenho do conjunto concretiza-se numa imagem unitária e coesa enquanto reforço dessa mesma identidade.
R. Dr. Carlos Pires Felgueiras, 181 4470-141 Maia